DESAFIO 01 – Os adultos e a aprendizagem pela experiência
por ubirajara
Você, como profissional da área de treinamento, enfrenta diversos desafios na sua rotina, sejam eles de natureza técnica ou associados diretamente ao fator humano, principalmente aqueles ligados aos diferentes perfis de aprendizagem ou necessidades distintas na forma de se formatar determinados conteúdos. Faremos, aqui, 10 posts seguidos abordando os desafios mais comuns e possíveis formas de lidar com eles, com dicas valiosas que você precisa estar atento. Vamos ao primeiro?
Um dos grandes desafios nos processos de aprendizagem, sejam eles mediados por ações de formação presenciais ou à distância, é engajar os alunos ou treinandos na proposta de formação que se apresenta. Nas empresas, esse desafio é ainda maior, já que na maioria das vezes estamos lidando com adultos, que já trazem uma bagagem de formação, outros métodos de treinamento em empregos anteriores ou mesmo vícios difíceis de se enfrentar e eliminar.
É comum um instrutor entrar em uma sala cheia de treinandos e se deparar com resistências diversas, sejam elas associadas ao conteúdo, à forma, à didática, ao ambiente e diversos outros fatores que podem influenciar na retenção do conhecimento. Também é comum emitir relatórios em um AVA (LMS) e perceber que algumas pessoas realizaram em 30 minutos um curso que tinha carga horária média prevista para 02 horas. Obviamente essa pessoa apenas passou as telas por uma obrigação e não se dedicou como deveria ao treinamento.
Por que isso acontece? Um dos principais fatores que contribuem para um cenário de resistência ou mesmo dificuldade em retenção de conhecimento é a falta de identificação que o indivíduo tem com o que se propõe.
Quando você cria um curso e-learning, por exemplo, você não pode incorporar somente o conteúdo teórico que precisa compartilhar com o seu público. Mesmo que as teorias, métodos e técnicas sejam essenciais para que o treinando tenha um embasamento consistente e também trabalhe com modelos viáveis e já testados de se realizar determinada tarefa, a chave do sucesso em qualquer ação de formação é incorporar, além dessas teorias, experiências e referências da vida prática do público-alvo.
Essa é uma dica valiosa que se aplica a qualquer tipo de ação de formação ou capacitação. Se você está trabalhando na formatação e/ou desenvolvimento de um conteúdo que será posteriormente aplicado/compartilhado em um treinamento, lembre-se de buscar na realidade das pessoas que irão participar dessa ação por referências, fatos, acontecimentos ou exemplos que gerem identificação na sua audiência. E não adianta apenas inserir no percurso, é preciso saber contextualizar. Portanto, não deixe de exercitar sua capacidade investigativa e a arte do storytelling.
Quanto maior for a proximidade do seu conteúdo com a realidade e a experiência de vida dos treinandos, melhor será o resultado em termos de engajamento, absorção, aplicação e retorno.
Até o próximo!
Olá, Ubirajara. Concordo que a chave do sucesso em qualquer ação de formação é incorporar experiências e referências da vida prática do público-alvo.
O grande desafio de conseguir essa proeza acho que se definem em duas questões: Primeiro: o ambiente virtual em sua essência pressupõe essa liberdade de compartilhar ou não as suas experiências e referências da vida prática – enquanto uns adoram (pensemos no Facebook!), outros preferem quase nunca ou nunca fazê-lo.
A outra questão está relacionada ao cuidado do instrutor em não ser invasivo em relação ao treinando e o treinando, por sua vez, não se sentir invadido por estar compartilhando em um ambiente virtual suas experiências do dia-a-dia, já que não sabe muito bem quem são os companheiros virtuais com quem está compartilhando informações dessa natureza.
Abs!