DESAFIO 03: O que cada um traz na bagagem?

DESAFIO 03: O que cada um traz na bagagem?
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Você já se viu em uma sala de aula abordando um tema e percebeu que algumas pessoas participavam muito mais, opinando sobre os assuntos, enquanto outras se mostravam desinteressadas e algumas até entediadas?

Isso acontece porque cada pessoa tem uma bagagem, onde acumula os conhecimentos que foi adquirindo ao longo da vida e, de acordo com cada momento de aprendizagem, esse indivíduo vai remexendo nessa bagagem, seja para se certificar que determinadas coisas estão realmente ali, para acrescentar novas aquisições ou, em alguns casos, para refutar determinados itens e elementos que considera desnecessários àquela altura da vida.

Pensando assim, fica fácil entender algumas coisas:

– Há os participativos por interesse, que querem fazer associações e “digerir” aquele novo conteúdo como forma de agregar mais conhecimento à “bagagem”;

– Há os participativos por conhecimento de causa, ou seja, que já sabem muito sobre o tema e querem demonstrar isso, contribuindo de alguma forma;

– Há os que não participam e não se interessam porque entendem que aquele conteúdo/conhecimento não é útil para sua jornada;

– Há também aqueles que estão entediados ou mesmo ansiosos porque acreditam já saber muito bem sobre o tema e esperando uma novidade ou um próximo estágio, onde poderá acessar conhecimentos que ainda não tem na bagagem.

Para você, o importante é entender que nos grupos haverá diferentes níveis de conhecimento sobre aquele tema, do mais básico até o mais aprofundado. Uma vez que você precisa lidar com uma variedade tão diversificada de bases de conhecimento, você precisará diversificar também os materiais de treinamento que você oferece, sejam eles presenciais ou e-learning.

Se pegarmos como exemplo um treinamento e-learning, você pode desenvolver um conteúdo com objetos de aprendizagem devidamente nomeados, criando progressão do percurso formativo, indo do básico ao mais avançado, mas sem condicionar um nível ou outro. Quem ainda não tiver conhecimento nenhum, certamente irá seguir sua sugestão de percurso. Quem já tiver conhecimento naquele tema, irá acessar os objetos que lhe interessam e representam um conteúdo agregado ao seu arcabouço. Se você não conhece o mapa de conteúdos ou a lógica de organização por objetos de aprendizagem, é hora de pesquisar mais sobre esses assuntos.

No post anterior já havíamos falado sobre autonomia. Nesse caso aqui, entender que existem diferentes bases de conhecimento e que elas implicam em ampliar o universo de possibilidades dentro de um treinamento está diretamente ligado à autonomia. Você irá estruturar os conteúdos sempre pensando que algumas pessoas irão passar por todo o caminho e que outras não necessariamente irão fazer o mesmo.

E não se esqueça que há sempre informações e experiências que extrapolam o conteúdo do curso. Assim, deixe claro que você está disponível para criar outras pontes com os seus treinandos, seja na indicação de outras literaturas, discussão de cenários ou mesmo construção de novos ambientes de aprendizagem mais adequados para cada caso.

 

Até o próximo!

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